O anúncio da eventual candidatura do ex-inspector da PJ Gonçalo Amaral à câmara de Olhão como cabeça de lista do PSD estaria a dividir a comissão coordenadora autárquica dos sociais-democratas, causando uma certa celeuma… pelo menos é o que diz o jornalista José Manuel Oliveira no Diário de Notícias de hoje.
À primeira vista, a designação do ex-inspector do caso Madeleine McCann como cabeça de lista à câmara de Olhão parece servir mais os interesses do PSD algarvio do que as próprias aspirações pessoais de Gonçalo Amaral, que nunca escondeu verdadeiramente as suas cores políticas.
Mas a notícia vai mais longe e afirma ainda que o social-democrata Miguel Macedo está contra o nome de Gonçalo Amaral, por considerar que o ex-inspector da PJ não se encaixa no perfil de autarca que o PSD deve defender. Resta agora saber se a falta de perfil apontada a “Gonçalo” se deve ao facto de ele sair da Judiciária ou à sua falta de experiência em política autárquica.
Em ambos os casos, os argumentos de Miguel Macedo não deverão convencer a distrital algarvia do PSD se esta tiver em conta o caso de outro ex-inspector da Policia Judiciária: Francisco Moita Flores, que foi candidato do PSD, tendo sido eleito presidente da Câmara Municipal de Santarém, onde os resultados do seu trabalho, apesar da sua aparente falta de experiência na política autárquica, não o impediram de ser visto pelos seus munícipes como um bom autarca.
É certo que Olhão não é Santarém, e que Amaral não é o Moita Flores, mas se a moda pega a próxima geração de autarcas portugueses poderá até sair dos quadros da PJ, da PSP ou mesmo da GNR. Não serão provavelmente os autarcas com maior experiência política mas, em compensação, teremos menos presidentes de câmara julgados por corrupção ou crime.
O Oliveira e o Amaral
Se a entrada de Gonçalo Amaral na vida política portuguesa só me surpreendeu pela rapidez, o que é certo é que o anúncio não passou despercebido na comunicação social portuguesa, onde as reacções nem sempre foram positivas; veja-se, por exemplo, o caso do “24 horas” onde Ricardo Pereira qualifica de “desespero laranja” a escolha do ex-inspector como candidato a Olhão.
Já o Diário de Noticias fica-se pela “surpresa da escolha” dos sociais-democratas algarvios, se bem que o mais surpreendente seja de facto o estilo quase simpático adoptado por José Manuel Oliveira, o jornalista que assinou o famoso artigo que, publicamente, teria estado na origem do afastamento de Gonçalo Amaral da investigação à morte de Madeleine McCann.
Ao servir-se da amizade entre a jornalista Paula Castanheira e a esposa do inspector para obter alguns desabafos em off acerca do desânimo de Amaral com a falta cooperação da polícia inglesa, mais interessada em proteger os McCann do que verdadeiramente em ajudar as investigações, José Manuel Oliveira criou a desculpa ideal para o afastamento de Gonçalo Amaral.
Uma decisão que já tinha sido já adoptada, até prometida aos ingleses, mas que era necessário justificar perante a opinião pública portuguesa.
Extremamente crítico em relação a Gonçalo Amaral durante o inquérito ao caso McCann, José Manuel Oliveira é agora mais subtil no tratamento dado à entrada do ex-inspector na vida política algarvia, o que surpreende… ou não.
Duarte Levy
Mas a notícia vai mais longe e afirma ainda que o social-democrata Miguel Macedo está contra o nome de Gonçalo Amaral, por considerar que o ex-inspector da PJ não se encaixa no perfil de autarca que o PSD deve defender. Resta agora saber se a falta de perfil apontada a “Gonçalo” se deve ao facto de ele sair da Judiciária ou à sua falta de experiência em política autárquica.
Em ambos os casos, os argumentos de Miguel Macedo não deverão convencer a distrital algarvia do PSD se esta tiver em conta o caso de outro ex-inspector da Policia Judiciária: Francisco Moita Flores, que foi candidato do PSD, tendo sido eleito presidente da Câmara Municipal de Santarém, onde os resultados do seu trabalho, apesar da sua aparente falta de experiência na política autárquica, não o impediram de ser visto pelos seus munícipes como um bom autarca.
É certo que Olhão não é Santarém, e que Amaral não é o Moita Flores, mas se a moda pega a próxima geração de autarcas portugueses poderá até sair dos quadros da PJ, da PSP ou mesmo da GNR. Não serão provavelmente os autarcas com maior experiência política mas, em compensação, teremos menos presidentes de câmara julgados por corrupção ou crime.
O Oliveira e o Amaral
Se a entrada de Gonçalo Amaral na vida política portuguesa só me surpreendeu pela rapidez, o que é certo é que o anúncio não passou despercebido na comunicação social portuguesa, onde as reacções nem sempre foram positivas; veja-se, por exemplo, o caso do “24 horas” onde Ricardo Pereira qualifica de “desespero laranja” a escolha do ex-inspector como candidato a Olhão.
Já o Diário de Noticias fica-se pela “surpresa da escolha” dos sociais-democratas algarvios, se bem que o mais surpreendente seja de facto o estilo quase simpático adoptado por José Manuel Oliveira, o jornalista que assinou o famoso artigo que, publicamente, teria estado na origem do afastamento de Gonçalo Amaral da investigação à morte de Madeleine McCann.
Ao servir-se da amizade entre a jornalista Paula Castanheira e a esposa do inspector para obter alguns desabafos em off acerca do desânimo de Amaral com a falta cooperação da polícia inglesa, mais interessada em proteger os McCann do que verdadeiramente em ajudar as investigações, José Manuel Oliveira criou a desculpa ideal para o afastamento de Gonçalo Amaral.
Uma decisão que já tinha sido já adoptada, até prometida aos ingleses, mas que era necessário justificar perante a opinião pública portuguesa.
Extremamente crítico em relação a Gonçalo Amaral durante o inquérito ao caso McCann, José Manuel Oliveira é agora mais subtil no tratamento dado à entrada do ex-inspector na vida política algarvia, o que surpreende… ou não.
Duarte Levy
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